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Eficácia do escitalopram no tratamento dos transtornos depressivos e de ansiedade concomitantes

O transtorno de ansiedade generalizada (TAG) raramente ocorre isoladamente; 90% dos pacientes apresentam outros transtornos psiquiátricos, sendo a depressão a ocorrência mais comum.

Indice
1. Página 1
2. Referências Bibliográficas
3. Bula do Produto - Unitram®
Introdução

Os inibidores seletivos da recaptação de serotonina (ISRSs) são utilizados principalmente para o tratamento dos transtornos depressivos e de ansiedade. Especificamente, existem dados mostrando a eficácia do escitalopram nos tratamentos do transtorno depressivo maior (TDM) e da maioria dos transtornos de ansiedade.1,2

 Os ISRSs apresentam disparidades de eficácia e efeitos adversos principalmente por diferenças farmacocinéticas e de afinidade pelo transportador de serotonina.3 Em estudos clínicos randomizados e controlados, geralmente são incluídos pacientes com apenas um transtorno psiquiátrico, porém, transtornos de ansiedade e depressivos frequentemente ocorrem conjuntamente na prática clínica.3

O transtorno de ansiedade generalizada (TAG) raramente ocorre isoladamente; 90% dos pacientes apresentam outros transtornos psiquiátricos, sendo a depressão a ocorrência mais comum, verificada em dois terços dos casos.4 Por outro lado, estima-se que de 20 a 30% dos pacientes com TDM apresentem TAG.5

 A análise desenvolvida por Laux e colaboradores (2013) teve como objetivo avaliar, em estudo de vigilância pós-comercialização, a eficácia e a tolerabilidade do escitalopram no tratamento de pacientes ambulatoriais com depressão e transtorno de ansiedade concomitantes.3

Métodos

Foi realizado um estudo multicêntrico, que incluiu 2.911 pacientes com depressão e ansiedade concomitantes e que fizeram tratamento com escitalopram por 16 semanas. Os participantes com TDM deveriam apresentar pontuação na Escala de Depressão de Montgomery-Asberg MADRS - versão breve (MADRS-vb) > 12, enquanto aqueles com transtorno de ansiedade deveriam apresentar pontuação ≥ 10 na Escala de Ansiedade de Hamilton (HAMA).3

O tratamento teve duração de 16 semanas, e a dose do escitalopram foi definida pelo médico-assistente. Os pacientes foram avaliados no início do estudo (semana zero) e nas semanas dois, oito e dezesseis de tratamento.3

A avaliação foi realizada pelas seguintes escalas: Escala de Impressão Clínica Global – Severidade (CGI-S), Escala de Impressão Clínica Global de Melhora (CGI-I), HAMA, MARDS-vb e Escala Hospitalar de Depressão e Ansiedade (HADS-D).3

O desfecho primário foi remissão (pontuação MADRS–vb ≤ 12 e pontuação HAMA ≤ 10). Desfechos secundários incluíram as mudanças de intensidade dos sintomas ao longo do tempo e as taxas de resposta (reduções ≥ 50% da pontuação MADRS–vb e da pontuação HAMA; CGI-I de 1 ou 2). Os pacientes e os médicos também avaliaram, separadamente, a eficácia e a tolerabilidade do tratamento, classificando-as desde “insuficiente”, até “moderada”, “boa” ou “muito boa”. Também foi analisada a ocorrência de eventos adversos.

Resultados

Foram incluídos 2.911 pacientes tratados com escitalopram, com predominância de mulheres (68%); destes, 2.718 completaram as 16 semanas de tratamento. No total, 2.185 pacientes preencheram os critérios de inclusão de comorbidade de depressão e ansiedade (MADRS-vb > 12 e HAMA ≥ 10), e, dessa forma, foram considerados elementos ideais do grupo para análise completa.3

A idade mediana no primeiro episódio depressivo foi de 35 anos e a média de duração da doença foi de dez anos. A idade mediana no primeiro episódio de transtorno de ansiedade foi de 38 anos, com duração mediana do transtorno de seis anos. Tratamento prévio dos transtornos foi relatado por 55,8% dos pacientes. A duração mediana do episódio atual foi de seis semanas, sendo que 35,7% dos pacientes foram tratados.3

A dose do escitalopram no início do estudo foi de 10 mg/dia em 70,4% dos pacientes, 20 mg/dia em 21,5% e 5 mg/dia em 7,0% deles; os demais pacientes utilizaram 15 mg/dia ou dose maior que 20 mg/dia. A dose foi modificada durante o estudo em 59,7% dos indivíduos que utilizavam 10 mg/dia e em 26,7% daqueles que faziam uso de 20 mg/dia.3

No início do estudo, entre aqueles com transtornos depressivo e de ansiedade concomitantes, a depressão foi considerada “grave” em 70,8% dos casos (MADRS– vb ≥ 29), “moderada” em 20,0% e “leve” em 9,2% dos pacientes. A pontuação MADRS-vb inicial era de 33,8 ± 8,9, diminuindo para 24,5 ± 10,0 na semana dois, 13,5 ± 8,9 na semana oito e 8,2 ± 7,8 na semana 16 (redução total de 25,5 ± 10,8 pontos).3 As taxas de reposta e de remissão foram de 16,9% e 11,6%, respectivamente, na semana dois, 67,5% e 51,4% na semana oito e 86,7% e 76,0% na semana dezesseis.3

Entre os pacientes que utilizaram escitalopram 10 mg/dia, a pontuação MADRS-vb reduziu de 33,2 ± 8,8 para 8,2 ± 7,8 pontos na semana dezesseis (redução de 25,0 ± 10,6 pontos), enquanto na dose de 20 mg/dia a pontuação reduziu de 35,5 ± 9,1 para 8,3 ± 7,9 pontos na semana dezesseis (redução de 27,1 ± 11,0).3

Nos pacientes com transtornos de ansiedade e depressão concomitantes, a pontuação HAMA basal foi de 29,5 ± 8,5, a qual reduziu para 8,3 ± 7,2 pontos após 16 semanas de tratamento, com taxas de respostas e remissão, respectivamente, de 15,0% e 7,9% na semana dois, 63,5% e 38,8% na semana oito e 83,8% e 66,3% na semana dezesseis.3

A pontuação HADS-D reduziu de 30,1 ± 6,1 para 10,0 ± 7,1 pontos, com taxas de remissão de 57,7% na semana dezesseis. Por sua vez, a pontuação CGI-S diminuiu de 5,02 ± 0,74 para 2,48 ± 1,1 na mesma semana. Pela pontuação CGI-I, as taxas de respostas foram de 31,8%, 82,1% e 92,0%, nas semanas dois, oito e dezesseis, respectivamente, sem diferenças entre os pacientes em uso de 10 ou 20 mg/dia.3

Os pacientes que fizeram uso do escitalopram 20 mg/dia apresentaram maiores reduções das pontuações MADRS-vb, HAMA e HADS-D do que os indivíduos que utilizaram 10 mg/dia, mesmo após ajuste para as pontuações basais dessas escalas.3

Ocorreram eventos adversos em 6,5% dos pacientes, e o escitalopram foi suspenso por tal motivo em apenas 58 indivíduos. O evento adverso foi considerado “grave” em apenas 17 pacientes, e em somente dois casos houve possível relação causal com a medicação (pensamento suicida e tentativa de suicídio). Não houve casos de óbito ou prolongamento do intervalo QT ao eletrocardiograma.3

Entre os pacientes com depressão e transtorno de ansiedade concomitantes, os efeitos terapêuticos do escitalopram foram considerados “bons” ou “muito bons” por 94,8% dos médicos e 92,6% dos pacientes, enquanto apenas 1,2% dos médicos e 1,8% dos pacientes descreveram a medicação com “insuficiente”. Por sua vez, a tolerabilidade foi julgada como “boa” ou “muito boa” por 97,4% dos médicos e 96,1% dos pacientes, e “insuficiente” por apenas 0,9% dos médicos e 1,5% dos pacientes.3

Resultados

O escitalopram é eficaz e bem tolerado no tratamento dos transtornos depressivos e de ansiedade concomitantes.


Bula do Produto - Unitram®