A realização de terapia contínua com aspirina em baixas doses antes da concepção e durante o início da gravidez pode aumentar as chances de nascidos vivos em mulheres com histórico de um ou dois abortos – é o que diz um estudo realizado por pesquisadores do National Institutes of Health (NIH), entidade máxima da saúde americana.
Inicialmente publicado em 2014, o estudo intitulado “Efeitos da Aspirina na Gestação e Reprodução” (EAGeR) incluiu mais de 1.000 mulheres entre 18 e 40 anos que tivessem histórico de até dois abortos. A equipe de pesquisa foi comandada por Enrique Schisterman, Ph.D., do Departamento de Epidemiologia do Instituto Nacional de Saúde Infantil e Desenvolvimento Humano (NICHD) do NIH e colegas, e o trabalho foi publicado no Annals of Internal Medicine.
As pacientes incluídas receberam diariamente baixa dose de aspirina (81 mg) ou placebo enquanto tentavam engravidar. Em caso de concepção, elas receberiam o tratamento até a 36ª semana de gravidez. Embora os pesquisadores não tenham observado diferenças gerais nas taxas de perda de gravidez entre os dois grupos, a taxa de natalidade foi maior no subgrupo de mulheres que sofreram um único aborto espontâneo antes da 20ª semana de gravidez.
Em sua primeira publicação, em 2014, foi concluído que não havia indícios de eficácia da aspirina no auxílio a manutenção da gravidez. Foi feita uma reanálise do estudo, na qual foi considerado um novo critério: a complacência das participantes ao tratamento. Foram separadas as participantes que aderiram ao tratamento das que pularam dias ou o interrompeu por conta de efeitos colaterais como sangramentos, náuseas ou vômito.
Quando comparado ao placebo, para cada 100 mulheres, a adesão ao regime de aspirina por cinco a sete dias por semana levou a mais oito testes de gravidez positivos, menos seis perdas de gravidez e culminou em mais 15 nascidos vivos.
Mulheres que aderiram à terapia quatro dias por semana tiveram resultados semelhantes.
Os pesquisadores concluíram que tomar aspirina em baixas doses pelo menos quatro dias por semana pode melhorar as chances de gravidez e nascimento neste grupo de mulheres.
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