Desigualdade na saúde

Indicadores socioeconômicos e mortalidade por doença isquêmica do coração e doença cerebrovascular no Brasil de 2000 a 2019

Houve uma redução na taxa de mortalidade, mas isso ocorreu de modo desigual entre as unidades federativas

Introdução

Estudos prévios identificaram desigualdade na variação das taxas de mortalidade por doença isquêmica do coração (DIC) e doença cerebrovascular (DCBV) quando comparadas regiões com diferentes níveis de indicadores de desenvolvimento socioeconômico.

Por isso, Bichara e colaboradores (2023) analisaram a variação das taxas de mortalidade por DIC e DCBV e do desenvolvimento econômico, avaliado pelos índices sociodemográfico (ISD) e de vulnerabilidade social (IVS) no Brasil, em um período de 20 anos.

Métodos

Foi desenvolvido um estudo ecológico de séries temporais das taxas de mortalidade bruta e padronizada (método direto com a população brasileira de 2000) por DIC e DCBV por sexo e UF entre 2000 e 2019 comparadas com o ISD e com o IVS.

Resultados

 Houve melhora do ISD e IVS concomitante a redução da taxa de mortalidade padronizada por faixa etária por DIC e por DCBV no país, entretanto isso ocorreu de modo desigual entre as unidades federativas (UFs). As UFs com melhores indicadores socioeconômicos obtiveram maior redução nas taxas de mortalidade.

Figura 1: Taxas de mortalidade bruta e padronizada por doença cerebrovascular e doença isquêmica do coração no Brasil no período de 2000-2019. Imagem retirada da Sociedade Brasileira de Cardiologia, 2023.

Conclusão

Os dados observados levantam a hipótese de que a melhora das condições socioeconômicas é um dos fatores responsáveis pela redução das taxas de mortalidade por DIC e DCBV.