Detectou-se pela primeira vez em São Paulo a nova variante XBB1.16, conhecida como Arcturus, segundo a Secretaria Municipal da Saúde (SMS) nesta segunda-feira (1), por meio da Coordenadoria de Vigilância em Saúde (Covisa).
A variante infectou um idoso de 75 anos com comorbidades na capital paulista. O mesmo não tem histórico de viagem recente e estava vacinado contra a COVID-19. Ele chegou ao posto de saúde com sintomas gripais e febre persistente no dia 7 de abril. Com o esquema de vacinação completo, não apresentou piora e teve alta médica no dia 27 de abril.
A cepa Aracturus
Foi sequenciada pela primeira vez na índia em janeiro de 2023 e foi documentada em 33 países de acordo com a Organização Mundial da Saúde.
A Aracturus provoca alguns sintomas diferentes em comparação com as cepas anteriores como irritação nos olhos (parecida com conjuntivite), quadros de febre alta e tosse seca. No entanto, até o momento, a nova variante não apresentou o potencial para causar novas ondas de morte e hospitalização, ou então gerar riscos mais graves à saúde dos infectados.
A Arcturus é uma linhagem que descende da BA.2 - que por sua vez derivou da Ômicron - e por causa da sua rápida disseminação em alguns países no mundo, como Índia e Estados Unidos, a Organização Mundial da Saúde mudou, no último dia 17, o tipo de classificação de "variante de monitoramento" para "variante de interesse". A linhagem já foi sequenciada em ao menos 37 países, incluindo Austrália, Canadá e Reino Unido.
Globalmente, houve um aumento semanal na prevalência da Arcturus no mundo, segundo dados apresentados pela OMS. Entre o final de fevereiro e início de março deste ano, a prevalência da XBB.1.16 era de 0,52%. Atualmente, o índice subiu para 4,31%. A linhagem mais comum atualmente é a XBB.1.5, também conhecida como Kraken, com 45%.
De acordo com a OMS, a avaliação de risco global para Arcturus (XBB.1.16) é baixa em comparação com a Kraken (XBB.1.5), mas a possibilidade de a primeira se tornar mais predominante que a segunda não está descartada.
O último relatório técnico da OMS publicado nesta semana informa que nenhuma mudança na gravidade da saúde de pacientes contaminados foi relatada em países onde a XBB.1.16 está circulando. Somente na Índia e na Indonésia, foi presenciado um ligeiro aumento na ocupação de leitos, mas os níveis de internações ainda estão bem abaixo do que foi presenciado em ondas de variantes anteriores, segundo a organização.